QG Entrevista SUEL #9
O cantor Suel lançou a primeira parte do novo audiovisual “Fases”. O trabalho une canções inéditas, regravações e medleys de grandes sucessos. Ferrugem, Tierry e a dupla Swing & Simpatia são nomes que aparecem nesse primeiro volume do projeto.
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O artista conversou com o QG DA MÚSICA e contou mais sobre seu novo projeto, carreira e planos para 2023.
QG DA MÚSICA: Como foi o processo de criação desse novo audiovisual, e qual o diferencial de “Fases” para seus trabalhos lançados anteriormente?
SUEL: Fácil nenhum processo é, mas não um processo tão difícil porque eu já tinha em mente que eu queria trazer todo o meu repertório que construí junto o Imagina Samba durante vinte anos, então eu já tinha bem claro na minha cabeça que era um DVD onde eu ia mostrar a minha discografia. Então eu já sabia muito bem o que eu queria gravar, os grandes clássicos da minha carreira como “Duvido”, “Para de Pirraça” “Proposta”, “Ainda é cedo pra dizer bye bye”, “Vá com Deus” , “Me Assume Ou Me Esquece”. São músicas que marcaram, e não posso deixar de cantar nunca! As pessoas me pedem essas músicas, então são músicas que não podiam ficar de fora. E gravei também cinco músicas inéditas, e como eu já tinha bastante coisa guardada, não foi um processo tão complicado. O Processo que deu um pouco mais de trabalho foi criar o conceito do DVD, porque é um DVD que comemora vinte de carreira, vinte anos que estou na música. Porém eu como Suel, as pessoas não sabem que eu tenho vinte anos de carreira, nem sempre eu assinei “Suel”, eu sempre fui “Imagina Samba”, eu passei dezessete anos no Imagina Samba. Então eu e toda a equipe não achamos interessante colocar “Suel vinte anos”, porque a marca Suel, ainda é uma marca recente. E buscando o conceito desse DVD, eu lembrei da minha tatuagem, perto da orelha esquerda da minha coruja tem uma lua cheia, e quando eu olhei eu falei “cara acho que a gente pode brincar com alguma coisa que tenha aqui, relacionada a coruja.” Porque meus fãs me chamam de coruja, eu chamo meus fãs de fãs coruja, a coruja é o meu símbolo por causa da tatuagem, faz parte da minha logo, então eu tenho uma ligação muito forte com a coruja. A coruja tem tudo a ver com lua, com a noite e meu produtor Vinicius Guimarães, sugeriu que eu colocasse o nome “Fases”. Porque a lua tem fases e uma carreira de vinte anos também é feite de várias fases. E esse foi o conceito chave para a gente iniciar a questão visual do DVD.
QG: “Esquece” foi o primeiro single do seu novo audiovisual em parceria com Ferrugem, como foi a escolha dessa música para apresentar seu novo trabalho ao público?
S: Foi meio inesperado! Eu convidei o Dilsinho, o Tierry, o Matheusinho. A minha ideia inicial era trazer esses convidados para cantar as músicas já conhecidas pelo público, para dar uma nova cara, uma nova roupagem, uma sobrevida para essas músicas, que são os sucessos da minha carreira. E o Dilsinho que começou com essa história, ele falou “Pô deixa eu cantar uma inédita! Posso até cantar uma regravação da sua carreira, mas deixa eu cantar uma inédita também.” E eu falei “Beleza” e pensei, será que todos os convidados vão querer cantar músicas inéditas ao invés de cantar regravação? Então falei com o Ferrugem, ele disse que também queria cantar uma inédita, então falei “tá bom, vamos cantar inédita.” Mas isso era faltando uma semana para a gravação do DVD. Então com o Alan Lima meu sócio, começamos a pensar e distribuir as músicas inéditas. Geralmente a gente já sabe que o convidado vai cantar uma música inédita, a gente escolhe uma música de acordo também com o convidado, que tenha haver com os dois. Mas nesse caso não, tivemos que descobrir dentro do repertório já fechado com cinco músicas inéditas, tivemos que descobrir qual música combinava com cada participação e aí foi uma tarefa um pouco mais difícil. Eu ia cantar “Esquece” sozinho e quando paramos para ouvir com quem ela combinava mais e pensei, nossa essa música tem a cara do Ferrugem! E achei que ia ficar tudo haver cantarmos esse pagode juntos, e então mandei para ele e na hora ele falou “Vamborá, é essa música aí!” E quando decidimos lançar a música, estamos no período de pré carnaval, e noventa porcento do meu repertório é de músicas românticas, mas como estávamos muito próximos do carnaval, pensei poxa não vamos trabalhar música romântica agora não! Vamos numa pegada um pouco mais alegre, mais animada. Porque é verão, é carnaval! Então escolhemos a música “Esquece” que tem a participação do Ferrugem, que é um grande amigo! Que já conheço desde de 2014. Quando fomos do mesmo escritório, da mesma gravadora e a gente se encontrava as vezes, já fizemos muitos shows juntos! E é um prazer ver o artista que ele se tornou, o Brasil ama o Ferrugem! E eu que conheço ele pessoalmente, sei do coração que ele tem, um cara super família, super do bem, super generoso!
QG: Após o lançamento de “Esquece”, como foi a recepção do público com o primeiro single do projeto?
S: Todo mundo amou! A música ainda está em processo de crescimento! Eu sinto que as pessoas estão cantando a música. Ontem por exemplo eu fiz um show, que é o meu projeto “Pôr do Suel” onde eu faço cinco horas de show! Recebo convidados e tudo mais. E quando eu cantei “Esquece”, eu me surpreendi! Porque o público cantou de uma forma que eu não esperava. A música tem apenas um mês de lançada, então ela ainda está ganhando corpo, ainda não chegou no seu ápice, no seu auge de vida. Eu acho que ela vai chegar e vai ser um grande sucesso na minha carreira! O Ferrugem está somando bastante também nesse processo, mas ainda está amadurecendo.
QG: Você está lançando a Parte 1 do seu DVD que abrange as fases da sua história. Como você se sente em poder compartilhar isso com seus fãs?
S: Me sinto um cara realizado de poder contar uma história depois de tantos anos de carreira, poder ter novidades para contar! Isso vai muito também do meu lado compositor, eu componho praticamente todos os dias. Então quando vou gravar um álbum ou um DVD, eu já tenho praticamente todo um repertório na cabeça, já tenho uma ideia do que eu quero cantar, do que quero gravar. E eu estou num momento muito bom da minha carreira, não só na careira mas o momento de vida. Hoje sou muito mais maduro do que há alguns anos atrás, o que é normal, né? A gente vai amadurecendo com o passar dos anos, vai vivendo situações e vai aprendendo. Então hoje eu gosto do que vejo quando me apresento no palco, quando escolho um repertório, quando produzo uma música, ou um DVD como foi o caso de “Fases”, que a produção musical é minha com o Alan Lima que é meu sócio como já falei antes. É meu parceiro de composições, padrinho do meu filho! E a direção de vídeo foi do Anselmo Troncoso, que é um cara super competente! Então quando a gente entrega isso, a sensação é de dever cumprido. Agora com a primeira parte do DVD lançada vamos contar. Com a provação do público, mas conseguimos ter um termômetro bom no dia da gravação! Tinham seis mil pessoas lá no Espaço Hall, que é uma casa aqui no Rio de Janeiro que pra quem não sabe é maior palco do América Latina! E reação das pessoas lá presentes fez a gente ter essa sensação e já estamos super iludidos! A galera deu um ar de sucesso, de aprovação que para gente é o que vale.
QG: Além de músicas inéditas, seu DVD conta com diversas participações especiais como Swing & Simpatia, Tierry, Ferrugem, Dilsinho, Matheusinho. Como foi unir esse time nem um projeto?
S: Foi muito bacana! Tem o Swing & Simpatia que eu já conheço a muitos anos! Nós éramos vizinhos lá em Nova Iguaçu. Foi o primeiro grupo que me deu oportunidade, que gravou música minha. O Swing & Simpatia me levava pro show deles, me colocavam para cantar, quando eu tinha uns dezessete anos e já diziam que eu era uma promessa. E eles profetizaram isso, graça a Deus isso se cumpriu, esse meu grande sonho de ser cantor, de viver de música. Então com o Swing é uma relação antiga, tanto que quando eles entram no palco para cantar, no telão aparece Nova Iguaçu, as ruas a cidade. E foi bem marcante, bem legal essa parte.
O Dilsinho, a gente também se conhece a muito tempo, O Dilsinho antes de estourar ele foi no meu show e cantou comigo! Deu ali uma palhinha, uma canja. E isso foi algo que eu aprendi até com O Swing & Simpatia! Algo que eu aprendi não com palavras mas com atitudes. Quando eu não era nada, ninguém me conhecia eles me deram oportunidades de cantar no show deles! De entrar no meio do show, eu um completo desconhecido, chegava lá e cantava no show deles. Então até hoje eu carrego isso comigo. Me deram oportunidades, então sempre que posso eu também dou oportunidades. A posição de dar oportunidade é uma posição muito privilegiada. Eu estou aqui vou dividir esse espaço com você, porque eu quero que você cresça, que você some e ajude a enaltecer a cena do pagode. Esse foi pensamento que aprendi com meus padrinhos do O Swing & Simpatia.
O Dilsinho já havia cantado comigo há alguns anos atrás, não chegamos a fazer uma amizade nessa época, mas depois começamos a nos cruzar muito. Logo ele gravou as músicas dele e o Brasil abraçou muito e hoje ele é um dos maiores artistas do Brasil! Não só do pagode mas de todos os gêneros. É um cara que eu respeito muito, é muito profissional, muito determinado! E a gente chegou a trabalhar juntos mas infelizmente por pouco tempo mas eu pude aprender muito coisa! A gente pode fazer trocar muita ideia, pode se aproximar muito mais! Ele é uma cara muito gente boa, que também tocou o convide na hora! Abrilhantou demais a gravação! Sou fã do Dilsinho, sou fã da história dele! Teve também o Matheusinho, que é um cantor da nova geração, que eu estou empresariando agora, um grande artista que o Brasil vai conhecer muito ainda! Tem uma voz maravilhosa! É um cantor que estão 100% pronto para o sucesso! Matheusinho o nome dele, anotem aí!
O Tierry, eu queria um artista de fora do pagode, de fora do eixo Rio de Janeiro e São Paulo. E eu tenho muito carinho pelos artistas da Bahia! Sou amigo do Xanddy Harmonia, sou amigo do Léo Santana, do Felipe da banda Eva. Então tenho esse grande carinho com os artistas de Salvador, e eles comigo também! Então aconteceu a oportunidade de convidar o Tierry no Rock In Rio! Nós estávamos assistindo o show do Justin Bieber. E a gente se encontrou lá na hora. A gente já se conhecia mas não tínhamos uma relação tão próxima quanto agora, que a gente se fala quase todo dia! Ele vai gravar o DVD dele aqui no Rio de Janeiro, eu quero ir lá dar uma conferida também. E a gente se entrou e rolou o convide que ele aceitou na hora! E um cara que também sou muito fã! Acho ele um gênio, ele cantando é absurdamente incrível! E compondo ele é um gênio! Tem umas sacadas que você fica: como esse cara pensou nisso? Que cara fantástico!
Então foi uma noite muito mágica para mim porque eu tive a oportunidade de cantar com pessoas que eu gosto, pessoalmente falando artista de que admiro, que sou fã! Então pra mim foi um presente.
QG: Você é um artista que possui diversas colaborações ao longo da carreira, tem algum artista que você ainda não tenha trabalhado que gostaria de fazer uma parceria futuramente?
S: Tem vários! Dentro do pagode por exemplo eu queria gravar uma música com o Belo, eu nunca gravei. Com o Péricles também eu nunca gravei com ele e gostaria de ter essa experiência com os dois. Gostaria também de um dia cantar uma música com o Leonardo Gonçalves que é um cantor gospel, que é uma das minhas maiores referências como cantor, eu admiro demais! Gostaria de fazer um feat com a Anitta! Acho que seria super diferente a gente fazer uma coisa meio pagode, meio pop. Uma mistura meio louca ia sair. E um artista internacional também, seria incrível! Tipo o Chris Brown, o Luis Fonsi. Mas o meu maior sonho da vida é um dia cantar com o Roberto Carlos!
QG: Dentre as músicas lançadas na Parte 1, tem alguma que você alguma história especial e te toca de forma diferente?
S: Com certeza! Tem a música “Duvido”, que foi a primeira música que eu mandei lá em 2002! Foi a primeira música que tocou no rádio, a primeira música que eu trabalhei, foi a música que fez as pessoas me conhecerem, conhecerem a minha voz, meu trabalho como compositor! Então eu sempre falo em todos os meus shows antes de cantar essa música, e falei isso no DVD. “Essa é a música mais importante da minha vida!” E que realmente é! Teve uma época, que imagina vinte anos de carreira, e falava assim, eu não aguento mais cantar essa música! Olha que pecado! Eu tive um lapso, cai na real e pensei: eu estou reclamando que eu tenho uma música que é um clássico do pagode! Não posso me queixar disso nunca! Depois disso agradeço todas as vezes que vou cantar essa música, e virou meio que um mantra. Essa é a música mais importante de minha vida e eu não estaria aqui se não fosse por essa música! Deus colocou essa música na minha vida e tenho muito orgulho dela! Então hoje é um prazer e nunca devia ter deixado de ser, porque é uma música que dura vinte anos e que eu possa cantar ela por mais 20/30 anos e que dure pela vida toda e vire um legado.
QG: Você mesmo disse que essa é só a primeira fase desse novo projeto, como está o andamento da segunda fase?
S: O DVD está todo pronto! A gente estrategicamente vai lançar dessa forma. Hoje faz parte do tipo de consumo a gente não liberar tudo, porque o público consome muito rápido! Aí teríamos que lançar um DVD novo a cada seis meses. Mas o DVD já está todo pronto!
QG: Podemos esperar que as canções de “FASES” sejam acrescentadas ao repertório do Pôr do Suel?
S: Com certeza! A grande maioria já está. Como é um DVD de releituras, grande parte do DVD, pode dizer uns 90% são releituras então a grande maioria já está e as inéditas vão fazer parte também!
QG: E pra finalizar, o que o DVD “Fases”, representa pra você?
S: Realização! Na pandemia eu tive uma transição muito grande na minha carreira, na qual eu rompi com um grande escritório que me representava, eu rompi com uma grande gravadora, uma gravadora muito nacional que me representava. E eu escolhi recomeçar, escolhi reestruturar toda a minha carreira. E de lá pra cá as coisas começaram a dar muito certo! Muitas pessoas duvidaram! E eu até até natural, porque a partir do momento de que você deixa uma grande gravadora, um grande escritório. As pessoas pensam: e agora o que vai ser dele? Não tem ninguém grande apoiando. E foi o contrário! Eu tenho alguém muito grande apoiando que é Deus! E as coisas começaram a dar muito certo, é esse DVD ainda era um desafio. Porque é um DVD muito grande, é um palco gigante, fenomenal! E com uma direção extraordinária, de um diretor super renomado que é o Anselmo Trancoso. Ele que fez o DVD do Gustavo Lima nos Estados Unidos por exemplo. Então a gente conseguiu dar esse voo altíssimo quando muita gente já não acreditava mais que a minha carreira pudesse dar certo, minha carreira solo. Sempre foi uma dúvida para muitas pessoas e hoje posso estar aqui para falar da divulgação desse DVD e para mim é realização! E isso só me motiva para o ano que vem fazer um DVD ainda melhor, e o próximo ainda melhor. Em busca de emplacar uma música aí por vinte anos.
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