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Com estreia potente no Coachella, Alok mostra sua influência no mercado internacional e capacidade de articular entretenimento e discurso social

O primeiro final de semana de Alok no Coachella foi marcado pelo ineditismo em trazer para o palco do Sahara Tent o questionamento sobre o poder do coletivo humano. Ele que é um artista acostumado ao uso de tecnologia em seus shows, buscou na inteligência humana o mote para a sua performance. Acompanhado do grupo de street dance Urban Theory, Alok retornou ao Coachella para um set hipnotizante onde a criatividade é a protagonista não apenas como uma afirmação artística, mas também como posicionamento de discursos que abordam a relação entre homens, máquinas, natureza e tecnologia.

O show rendeu boa repercussão na mídia internacional que destacou a autenticidade de Alok frente a um público cansado da sobrecarga digital e à procura de conexões mais genuínas, conceito-chave para ele. A Reuters destacou que o brasileiro “levou uma vibrante mistura de batidas eletrônicas ao palco do Coachella”. A Rolling Stone norte-americana ressaltou o engajamento ambiental de Alok, descrevendo como “os movimentos dos dançarinos transformaram-se em uma enorme árvore e ondas psicodélicas se quebrando” — em referência direta ao projeto-movimento The Future Is Ancestral, que dentre as ações vigentes estão restaurações na Amazônia e em Santa Catarina; além da Coleção Som Nativo -iniciativa de Alok através do Instituto Alok em contribuição à Década Internacional das Línguas Indígenas em cooperação com a UNESCO- com mais de 100 cantos tradicionais e contemporâneos reunidos em sete álbuns de sete distintos grupos indígenas com letras em idioma nativo e traduzidas para o português, inglês e espanhol, a ser lançada em breve com apoio da WAAW. “Um dos momentos mais impactantes do show foi inspirado pelo meio ambiente — uma causa que Alok defende junto a ativistas indígenas na Amazônia, arrecadando milhares de dólares para combater as mudanças climáticas”, completou a publicação. O LA Times destacou o posicionamento do artista sobre inteligência artificial, pontuando que o brasileiro “usou seu set para criticar a automação da IA nas artes”.

A passagem de Alok no Coachella enfatizou sua influência no cenário mundial e também a capacidade de articular entretenimento e discurso social. Se há demanda para a música eletrônica nos grandes festivais, existe também a responsabilidade dos artistas em impulsionar a cultura e saber a importância de espaços como o do Coachella para incitar reflexões junto ao público e à própria indústria do showbusiness. Foi assim, por exemplo, quando, no último ato, Alok fez a declaração “Art Needs Soul”, salientando o valor insubstituível da criatividade humana e de que a arte precisa de alma humana. Antes, enquanto os dançarinos vestidos com luvas metálicas executavam movimentos sincronizados que pareciam quase automatizados, o telão alertava “Isto não é IA (inteligência artificial)”.

“Precisamos estar conectados neste momento de transformação e entender que, sim, a tecnologia nos beneficia de muitas formas, mas também de que os humanos não podem ser substituídos, que há coisas que precisam de alma humana”, disse Alok em uma das entrevistas concedidas durante o Coachella.

O show de visual único e a mistura radiante de batidas do set não marcam apenas a estreia de Alok no Coachella, mas expande as formas de como um artista de música eletrônica pode se conectar e se apresentar em grandes festivais ao redor do mundo.

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