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The Town entra para história com shows e experiências memoráveis logo em sua primeira edição

Chegou ao fim a primeira edição do The Town. Foram 500 mil pessoas, mais de 235 horas de música e diversos artistas que escreveram seus nomes na história do entretenimento no Brasil com apresentações memoráveis. Um deles, a oportunidade para encantar o público dois domingos consecutivos: Bruno Mars retornou à Cidade da Música, novamente com ingressos esgotados, para fechar a programação do Skyline. Em um dia de line-up marcado pela diversidade, o palco recebeu Kim Petras, IZA e H.E.R. No The One, os destaques foram Marina Sena cantando Gal Costa, Pabllo Vittar, com banda, Liniker e Jup do Bairro, além de Gloria Grove e Jão. O último dia de festival também trouxe a confirmação que o público paulistano esperava: o Autódromo de Interlagos dará lugar à Cidade da Música e será palco do The Town em 2025.

“A mesma sensação que eu tive lá no primeiro Rock in Rio, eu tive aqui. Um nervoso e um frio na barriga que não passa. A gente foi se acostumando com as outras edições, mas aqui em São Paulo eu voltei no tempo. Meu sentimento é de sonho realizado, muito feliz de poder colocar mais uma bandeira dentro da história do Rock in Rio, dentro da história de São Paulo. A gente já começou fazendo o maior festival de música e entretenimento que já houve na cidade. Mas, mais importante do que isso, é alegria das pessoas. Isso é o que me move. Vivemos dias incríveis na Cidade da Música e voltaremos com tudo em 2025. Deixo aqui o meu muito obrigado a São Paulo, que me recebeu, junto à minha equipe, de braços abertos. Foram dois fins de semana históricos, que ficarão marcados para sempre na minha memória e na memória de 500 mil pessoas”, disse Roberto Medina, Presidente e fundador da Rock World, empresa que organiza The Town e Rock in Rio.

Segunda apresentação de Bruno Mars e estreia de IZA no Skyline 

Com um show repleto de convidados especiais, IZA fez sua estreia no festival abrindo o Skyline. Ela surgiu com um figurino marrom semitransparente de tirar o fôlego e um cenário feito em aço reciclável, incluindo escadas que serviram de apoio para a coreografia de seus 20 bailarinos. A artista tomou conta do palco e colocou todo mundo para cantar junto em músicas já consagradas em seu repertório como “Dona de mim”, “Ginga” e “Pesadão”. Mostrando que é uma máquina de fazer hits, IZA apresentou canções de seu novo álbum – “Afrodhit”, lançado no último mês – mas que já estão na boca do público como “Nunca mais” e “Que se vá”.

Para o delírio de quem acompanhava a performance da cantora brasileira nesta tarde de domingo, artistas que participaram de seu último trabalho surgiram no palco do The Town. MC Carol mostrou o feat “Fé nas malucas” antes de agitar os funkeiros de plantão com um trecho de “Meu namorado é maior otário”. L7nnon colocou todo mundo para responder “Ai, Preto”, além de cantar “Fiu, Fiu”. A participação de Djonga trouxe um momento impactante para o show, com “Sintona”, colaboração entre os dois, e “Leal”, composição do rapper mineiro.

Vencedora do Grammy, Kim Petras chegou com tudo no Skyline com o seu mais recente single “Alone”. Em sua primeira passagem pelo Brasil, cantora alemã brilhou no palco do The Town com um setlist repleto de músicas agitadas que embalou o público. Fechando a apresentação em grande estilo com o hit “Unholy” – parceria com Sam Smith e um dos maiores sucessos da cantora.

Com muito soul e R&B, H.E.R. chegou acompanhada por sua banda para uma apresentação recheada de sucessos como “Damage” e “Focus”. Um dos pontos altos do show foi a participação do produtor musical curitibano, Felipe Bide. Juntos eles cantaram a versão brasileira de “Best Part”, seguida de um trecho da canção “Quero te Encontrar”, de Claudinho e Buchecha. O tipo de crossover que só acontece na Cidade da Música.

Headliner da noite, Bruno Mars voltou ao The Town para uma segunda noite de show. Quem não teve a oportunidade de assistir ao vivo a apresentação de semana passada, que foi marcada por coreografias e pela simpatia do artista arriscando palavras em português, comemorou o retorno do havaiano. Jéssica Souza, 32, dentista, veio de Arujá, SP, com três amigas para ver o artista de perto. “Eu não consegui vir semana passada, no show do Bruno Mars, então nem quis assistir pela tv em casa, para não quebrar a expectativa”, conta.

Um astro multitalentos. Ele dança, canta e encanta, toca guitarra, sorri de orelha a orelha sem parar e fala com o público em português. Conhecido por suas apresentações memoráveis, Mars fechou a programação do Skyline nesta primeira edição de The Town. “Tô aqui, São Paulo. Voltei, São Paulo”, brincou, dando oi. E com ele, é hit dançante atrás de hit dançante: “Treasure” e “Billionaire” agitaram os 100 mil fãs, que já se perguntavam qual seria a gracinha do dia em português durante a canção “Calling All My Lovelies”. Se antes, nosso Bruninho mandou um “gatinha”, desta vez, ele foi um pouco mais além: “Oi, sumida. Eu quero você, gostosa. Gatinha, gostosa!”. O Autódromo se derreteu e explodiu.

Em um dos momentos mais aguardados da noite, mais uma vez o clássico “Evidências” ganhou protagonismo no show. Desta vez, um dos intérpretes acompanhou de perto. Xororó estava na frente do palco, junto da esposa Noeli e de seu filho Júnior, e apareceu visivelmente emocionado no telão. A performance terminou com “Uptown funk”, já deixando os fãs com gostinho de quero mais.

Diversidade e representatividade são as palavras do dia no The One 

O último dia do The Town celebrou a liberdade das pessoas, o direito de elas serem quem quiserem ser, com um line-up repleto de diversidade e representatividade. O estilista Cristiano Oliveira, 42, veio do Rio de Janeiro e percebeu no gramado do The Town o acolhimento a todas as pessoas. “O que mais me encanta aqui é a liberdade de sermos nós mesmos.  É como se a gente sentisse uma segurança que não temos em outro lugar. Eu vim todo montado, de vestido, maquiado e não percebi nenhum olhar me julgando.  Pelo contrário.  Já vi outros homens maquiados, de saia, de vestido, mulheres de mãos dadas, trocando beijos. É como se nesta cidade aqui todos fossem permitidos a serem quem são. Estou muito feliz por viver isso”, diz.

O sol, ainda que tímido, desta tarde de domingo (10) refletia a energia calorosa de Marina Sena, que preparou um show totalmente exclusivo e dedicado à Gal Costa, lendária cantora brasileira de quem é confessadamente grande fã. “Ensaiei a minha vida inteira para este show, canto Gal desde que eu nasci”, afirmou Marina, no início da apresentação. O repertório incluiu clássicos como “Quando você olha pra ela”, “Força estranha” e “Meu nome é Gal”, além de “Brazil”, cover de Cazuza, no momento mais roqueiro do show. Mas o foco era a homenagem a uma das maiores vozes brasileiras – segundo Marina, a maior voz não só de nosso país, mas do mundo. “Vou sair uma cantora muito melhor depois desse show. Gal é uma escola de canto”, declarou a cantora, que queria entregar uma performance à altura de sua “xará” de aniversário: ambas librianas, nascidas em 27 de setembro. A voz de Gal Costa é eterna e inigualável, mas Marina Sena mostrou-se apta ao trabalho de honrar o legado da artista.

Pabllo Vittar é sempre um espetáculo e a grande expectativa girava em torno da inédita apresentação com banda da cantora, além das convidadas especiais. “K.O” já chegou nocauteando todo mundo junto a um look arrebatador dela: um terno elegante e ao mesmo tempo ousado. Depois de muito rebolado e de sair do chão ininterruptamente com os sucessos “Triste Com T” e “A Lua”, Pabllo convidou a cantora e amiga Liniker para um dueto em “Disk Me”, com direito a dancinha a dois, e de “Baby 95”, em um verdadeiro encontro do agudo com o grave nas vozes das cantoras, que combinaram perfeitamente. Jup do Bairro subiu ao palco para a performance de “Descontrolada”, nova música feita em parceria entre as duas. Ao levar uma draq queen, uma trans e uma travesti ao The One, a Cidade da Música celebrou a real diversidade do Brasil, espelhada inclusive no público presente. E como Pabllo mesmo afirmou antes de se despedir do The Town: com ou sem banda, ela é o show dela.

“Os dias são de luta, mas as noites são de glória”, disparou Glória Groove, antes de entrar no palco The One, tomado por uma multidão pronta para não ficar um segundo parado sequer. A apresentação marca o início da turnê “Noites de Glória” e mostrou toda potência, vocal e cênica, da diva pop. A Bonekinha surgiu com um look angelical na primeira parte de uma performance dividida por atos e foi acompanhada por um coral gospel, dando o tom ao início do show com “Sobrevivi”. O palco, tomado ainda por uma banda e mais 20 bailarinos, pareceu se transformar em um teatro com a performances da artista, que segurou o público com baladas mais melódicas e outras dançantes. Na segunda parte, ela voltou com um figurino todo rosa entoando seus hits mais conhecidos como “Bonekinha” e “Vermelho”.

Jão levantou o público do início ao fim no último show do The One nesta edição do festival. Com uma apresentação repleta de efeitos e pirotecnia, o artista mostrou que comanda o palco e a plateia, e que tem a potência de um headliner. Um enorme dragão branco serviu de tela para projeções de luzes, que mudavam de cor conforme as músicas. Gritos de “Jão, tesão, bonito e gostosão” ecoaram pelo Autódromo de Interlagos, e o artista respondeu demonstrando que o carinho era recíproco. “Eu já estou apaixonado por esse show. Minha memória para sempre será de vocês”, disse o artista. “Vocês conseguem mensurar o quando estou feliz de estar aqui hoje? Vai ser um prazer cantar pra vocês”, disse antes de puxar “Acontece”.

O artista não deixou esperando aqueles que vieram para ver seu primeiro sucesso, “Imaturo” e o grande viral do TikTok, “Idiota”. Mas foi em “Vou morrer sozinho” que ele levou todos a loucura quando desceu do palco. Na canção seguinte, “Se o problema era você, por que doeu em mim?”, Jão subiu na cenografia de apoio que abrigava um piano e arriscou uma canção que estava fora do setlist original: “Maria”, em um momento carregado de emoção.

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