Mar.iana lança álbum de estreia: canções de amor e de mar
Mar.iana chega dizendo “tchau”. E faz todo o sentido que seja assim. “tchau, baby!”, canção que abre seu disco de estreia, “AMAR” (Universal Music), é a despedida de uma experiência dolorosa do passado para que ela ressurja como se mostra no álbum: alegre, positiva, vibrante, solar. São 13 faixas, quase todas compostas por ela com parceiros — entre as que não levam sua assinatura, há uma que ganhou de presente de ninguém menos que Nando Reis.
Ouça AMAR
Com exceção de “passarinho”, de Nando, e “sorte sua”, que Mar.iana já trazia consigo há algum tempo, todas as canções foram feitas especialmente para o projeto. Elas nasceram de um camping, ou seja, de uma reunião de compositores com o objetivo de produzir intensamente.
— Foram três dias numa casa no Rio e três dias numa casa em São Paulo — conta Mar.iana, que esteve presente e participando do processo todo o tempo. — Nossa meta era escrever 24 músicas. Acabamos fazendo 25 em cada encontro, ou seja, 50 no total.
O destaque fica para a faixa “pra onde vai o amor”, com a participaçao de Nanno, que ganhou um videoclipe. Mar.iana assina a direção do curta ao lado de Cauê Tarnowski, assim com o roteiro, com Gabriela Azevedo e também a edição com Crazy J e Cauê.
Sobre o álbum
“tchau, baby!” foi a primeira canção a ser escrita no primeiro dia. Não é mera coincidência que ela tenha sido escolhida para abrir o disco. Mar.iana a vê como uma espécie de expurgo, uma composição necessária para zerar o passado e abrir os caminhos para “AMAR”.
— É uma música muito especial, porque representa a mudança de chave na minha vida, a marca da saída de um relacionamento onde eu não me encontrava mais — explica a cantora. — E sinto que, para chegar aqui, eu tinha que atravessar aquilo e escrever “tchau, baby!”. Depois dela, todas as músicas vieram.
Não há peso em “tchau, baby!”, pelo contrário. Desde seus primeiros segundos, ela se mostra um pop colorido, que alivia o peso de versos como “Quanto mais eu te pertencia/Menos pertencia a mim mesma”. Ao mesmo tempo, se afina ao tom de superação presente na própria letra, como quando ela canta “Agora eu me refiz, inteira”. No último instante da gravação, Mar.iana ri e não deixa dúvidas de para onde aponta seu disco.
— Eu queria mostrar essa mulher que me tornei, minha melhor versão, tudo que está ali eu vivi e acredito — afirma Mar.iana. — Quem ouve o álbum me conhece inteira. É um disco sobre o amor, por nós mesmos e pelo outro.
Para transmitir o amor, Mar.iana buscou, com o produtor Paul Ralphes, uma sonoridade que define como “pop praia good vibes verdadeiro”. Uma definição aberta, mas que se entende com precisão conforme as canções vão se sucedendo. Ou quando se sabe que uma referência central para ela é o cantor e compositor gaúcho Armandinho, e seus pares de geração são o também gaúcho Vitor Kley e o trio niteroiense Melim.
A sonoridade do álbum foi nascendo já no processo de composição. Mar.iana conta que nenhuma das faixas foi pensada a partir de um beat ou de qualquer elemento eletrônico, mas sim sobre o violão ou o piano. No disco, a banda é formada por Paul Ralphes (bateria, percussão, guitarra, teclados), Gabriel Salles (bateria, teclados), Felipe Bade (violão, guitarra) e Rodrigo Tavares (teclados, baixo). Duas faixas trazem reforços: Felipe Pacheco faz as cordas em “tá tudo bem”; e Sebastião Reis, filho de Nando, toca violão em “passarinho”, de seu pai.
Depois do riso que encerra “tchau, baby!”, “vida leve” (com participação do trio Big Up) vem como uma carta de intenções sobre como a existência deve ser aproveitada: “Ilumina e deixa iluminar”. O recado atravessa o disco, e aparece em canções como “tá tudo bem” (“O que não tiver bom se acerta/Felicidade não tem pressa”).
Os diferentes momentos e situações das relações amorosas são o tema central de “AMAR”. “sorte sua” é a cantada para que o relacionamento mude de status (“Perdendo tempo de chamar minha mãe de sogra”). “pra já” é a paixão plena, realizada e leve, alegria pura. “pista de dança”, que cita Cazuza, fala do desejo de ter a pessoa que não se tem.
Feita em 20 minutos no camping, como nota Mar.iana, “tá tudo bem” é sobre a maturidade de entender o fim do relacionamento. O tema da separação — ora mais sereno, ora mais sofrido — está em outras faixas, como “pra onde vai o amor” (com participação de Nanno), “tô indo embora” e “que pena”.
Depois de atravessar dramas e alegrias da relação amorosa, a reta final do disco reafirma de maneira ainda mais nítida seu desejo de se elevar do chão, levada pela brisa da beira-mar. Hora de olhar para si. “de boa” descreve aqueles dias em que se quer simplesmente não fazer nada, na “vibe tipo moletom e Netflix”. “vista pro mar” é o momento “tô de bem comigo”. “passarinho” usa o animal como metáfora de liberdade e crescimento. Por fim, “borboleta azul” é descrita por Mar.iana como um mantra.
— Desde criança, é minha borboleta preferida. Vê-las me deixa alegre — conta Mar.iana. — A música é um mantra, transmite paz. Me imagino navegando pelo oceano que há no meu nome, e a borboleta aparece para me guiar pelo caminho certo.
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